sábado, 29 de agosto de 2009

2º Relato: Frágil - I parte

Acordei. Que belo dia. Pássaros cantando, céu azul, sol fraquinho e brisa fresca. Conchita como sempre comendo o que sobrou no seu potinho. Fui pegar o leite para a bendita.
O tal cara do telefone não me saía da cabeça. Eu, como sempre disfarço para mim mesma. "Não pense nisso, não pense nisso, Maria..."
Coloquei uma roupa rapidinho para ir na padaria. Comprei pão quentinho, voltei, fiz café, tomei banho, me arrumei e peguei o ônibus. Milagrosamente não estava cheio.

Sentada no banco. Bocejando e pensando. Pensando e bocejando. Cheguei, finalmente no meu ponto.

E agora? Quem será esse David? Tem um que trabalha como officeboy, mas não é comigo que trabalha... Todo homem que falava eu ficava parada pra escutar a voz. Talvez tivesse alguma parecida com a dele. Ou talvez fosse ele. Só sei que fiquei maluca. Ou quase. Já faziam 2 anos que eu não namorava. Primeiro porque não tinha tempo e porque eu era e continuo muito chata mesmo. Sou muito exigente.

Okay, fiquei lá, fazendo o meu trabalho, mexendo nos papéis, e olhando com rabo de olho em todos os homens que estavam nas proximidades da área.

De repente...
▬Maria!
▬Oi! ▬Levantei da cadeira em um pulo.
▬Como estááás?  "Ahh, era a Cátia."
▬Oi Cátia... ¬¬ 
▬E aí menina.. conte-me as novis..

"Ah sim Cátia. Tem uma novidade. Um cara com uma voz super sexy me ligou. E.. Até parece que vou contar isso para você, sua cobra. ahahaha" Pensei, rapidamente, e respondi:

▬Ah, sabe como é. Novidades só por aqui, trabalho, trabalho... *Sorrisinho sem graça.*

▬Ah sim. Vamos marcar um cafézito depois mulher.
▬Okay, vamos sim.       "Vai sonhando..."

A cobra se foi e continuei na rotina. Até que deu a hora do almoço. Comi e sentei no terraço do prédio para pegar um ar e fumar um pouco. Quase cochilei, e quando já estava esquecendo a história do David...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

1º Relato: "O telefonema"

   Saí mais cedo do serviço. Queria ir para casa, descansar um pouco, mas sabe como é. Sempre quando agente quer descansar acontece alguma coisa para atrapalhar. Dito e feito.
   O celular tocou bem na hora em que estava entrando no ônibus.
▬ Alô.
Do outro lado: ▬ Quem está falando? "Ora essa. Alguém liga pra mim e não sabe quem está falando!"
▬ Se não sabe, então ligou errado! ▬ Quando eu estava quase desligando...
▬ Não, não.. Calma eu não estava reconhecendo a voz. É você, Maria. rs

   Eu reconheci a voz. Era a voz de um amigo, só que eu não lembrava do nome. Eu estava muito cansada.

▬ Oi.. Mas agora eu é quem pergunto quem está falando. (Espremida no Ônibus, desconfortável e com um puta calor, doida para que o indivíduo respondesse logo e a conversa terminasse ali mesmo.)

▬ É o David...

  Fiquei pensando:  "David? Que raio de David é esse? Conheço tantos... "
▬ David da onde?
▬ Do trabalho. Você não lembra?  "Ele também já estava perdendo a paciência."
▬ Desculpa, mas eu não lembro. Faz um favor, liga daqui a 20 minutos, se não estiver ocupado... Eu tô dentro do ônibus, e tá difícil aqui. (Sem graça, mas mesmo assim, doida pra que ele terminasse a ligação.)

▬ Tudo bem... Eu ligo mais tarde.
▬ Okay, David. Obrigada pela compreensão. "Voz de Operadora de telemarketing."
▬ Tcháu, um beijão.

E eu pensando: "Quem diz: ▬Um beijão▬ hoje em dia?
De qualquer forma, fui muito educadinha.

▬ Beijo. Até mais.
   Ligação finalizada. Consegui um lugar no buzão, liguei o mp3, dei um cochilo. Quase passei do ponto.
   Mas confesso que fiquei pensando no tal David. Como ele arrumou meu telefone? Como eu não lembro de um David com uma voz tão sexy e que mais: "trabalha no mesmo lugar que eu!".  É.. A idade está chegando mesmo. Só pode.
   Quando voltei pra casa, estava tudo normal. Eu, minha casa, minha casa eu e minha gata Conchita. Coloquei comida para ela, tomei um banho e fui dormir. O próximo dia, seria com certeza um dia bem diferente.

 Até a próxima pessoal.